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São Paulo, Brasil.
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_ Eu sempre me orientei pela palavra mais do que pela imagem. Assim, aprendi a filmar como quem escreve: com coerência, coesão, ênfase, silêncio e pausa. No fim, busquei minha expressão mais por uma estilística do que numa estética.

Mas eu vim do interior. E tive que aprender a contar minhas próprias histórias. Fiz tanta coisa sozinho pra entender que meus melhores trabalhos são os que fiz com gente mais sabida que eu. Errei demais. Fiz muito filme ruim. Mas acabei aprendendo mais sobre critérios, sobre aquela hora que é melhor planejar que pelejar; mas também quando é mais importante usar a intuição que a referência.

Acho que cheguei até aqui assim, tentando dar uma condução sensível e intensa a cada um, como se por meio de cada filme eu falasse comigo mesmo, ouvindo o que eu tenho de sábio e de bobo. E se no fim eles ainda tivessem aquela força que faz as pessoas sentirem algo, eu também sentia que tinha chegado lá.

O diretor, no fim, é só um cozinheiro: tem medo do insosso, do morno e dos caldos sem sal. Num mundo cheio de santos sem rosto, de gênios sem obras e de um monte de cozinheiro que erra a mão na hora do tempero, o lugar que eu quero estar é aquele que acho que sempre estive: apaixonado e bêbado, ingênuo e cheio de sede, fazendo filmes empolgantes, cheios de defeitos, mas tão potentes. Fazer do jeito que dá, do jeito que se sabe e com tudo que você é. Foi por isso que eu deixei de ser diretor.
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